Hoje,
exploraremos a magnitude da graça divina. A palavra "graça" em Grego
Koiné é "χάρις" (charis), referindo-se ao favor imerecido.
Exploraremos o termo "χάρις" como Paulo o usa em Efésios 2:8-9,
identificando como a graça intercepta nossas vidas de forma prática e eterna.
Esta mensagem busca desdobrar o conceito da graça não apenas como um princípio
teológico, mas como uma realidade viva e atuante.
Para
entender a graça, analisamos "χάρις" (charis), uma palavra nominal
feminina no nominativo singular. Implica favor, beleza, e alegria. Paulo usa
uma forma derivada "ἐχαρίσθη"
(echāristhē), um verbo na voz passiva, aoristo indicativo, como um dom
concedido gratuitamente. Em Efésios 2:8, "Τῇ
γὰρ χάριτί" (tē gar charitī)
significa "pela graça", sublinhando a causa de nossa salvação – um
favor não obtido por méritos humanos.
Vinculada
à graça está a palavra "σῴζω"
(sōzō), significando "salvar, preservar ou curar". Usada na forma
"σέσωσμένοι" (sesōsmenoi), um particípio perfeito passivo, Paulo
enfatiza a ação completa da graça. "σέσωσμένοι" (sesōsmenoi) em
Efésios 2:8 destaca que somos efetivamente salvos pela graça, e isso é um
estado atual, contínuo e perfeito.
Paulo
contrapõe graça e obras. "ἔργον"
(ergon), uma palavra neutra no nominativo plural, denota "obras" como
esforços humanos. Essa palavra é usada em Efésios 2:9, "οὐκ
ἐξ ἔργων"
(ouk ex ergōn), significando "não de obras". A preposição "ἐξ"
(ex), denota origem, expressando que a salvação não provém dos esforços
humanos, mas é um presente imerecido da graça.
A
graça (charis) de Deus é radicalmente gratuita, salvífica (sōzō), e
independente das realizações humanas (ergon). Vivamos, portanto, na liberdade e
plenitude desta graça, deixando que ela nos transforme e guie na jornada da fé
e no serviço altruísta.
Por; Pr. Carlos Ferreira
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