Nenhum casamento termina de uma hora para outra. O fim é construído no dia a dia, geralmente com pequenas coisas, atitudes ou palavras consideradas ínfimas, mas que têm o efeito de cupim, que age silenciosamente, porém, ininterruptamente. As pesquisas estão aí apontando um crescente número de divórcios no Brasil. As causas são muitas, sendo adultério e "incompatibilidade de gênios" as mais comuns. Outra que também aparece na lista é dificuldade financeira.
Seja lá porque razão for, o que quero enfatizar é que nenhum relacionamento termina por responsabilidade de apenas uma das partes. A outra, por menos que creia ou aceite, e por mais certa e com razão que esteja, também contribui. Desta forma, ao fim de um casamento, o melhor é que ambos os cônjuges façam um balanço equilibrado, juntos ou separadamente, e cada um identifique os próprios "erros" na relação.
É comum os homens apontarem "incompatibilidade de gênios", como causa porque deseja se separar da esposa. Já as mulheres não perdoam infidelidade e maus tratos. Quaisquer que sejam as razões que apontem, é bom estar certo de que, aquele cônjuge que se considera vítima, também contribuiu de alguma forma para o fim. Isso se dá porque a relação é a dois, e na convivência diária um age e outro reage, e vice-versa, de modo que os dois acabam sendo vítimas de si mesmos, dos próprios atos, escolhas, pensamentos, palavras...
Há divórcios que acontecem por razões inquestionáveis, como violação da integridade física (geralmente as mulheres são as vítimas). Há também casos de separações consensuais, onde os cônjuges concordam amigavelmente pelo fim da relação; e há ainda relacionamentos que chegam ao fim por razões mesquinhas e egoístas, como um dos cônjuges querer o fim do casamento por causa de uma terceira pessoa...
Separar-se simplesmente para casar-se com outra pessoa é uma atitude burra (perdoem-me o termo forte)! Ninguém jamais conseguirá ser feliz, se para tanto proporcionar a infelicidade de outro. As pessoas não são objetos que trocamos quando nos convém. A história prova que não dura muito e termina de forma bastante desagradável relacionamentos que para subsistir, teve que causar o rompimento de outro.
Sou de opinião que, afora os casos extremos, boa parte dos divórcios acontecem por orgulho das partes ou pelo menos de uma delas. É bom lembrar que quem pensa estar com toda a razão, geralmente é quem toma atitudes equivocadas, e que mais adiante coloca a pessoa numa encruzilhada, em que uma via conduz à humildade e consequente retorno; enquanto a outra exige orgulho elevado para manter a decisão.
Mas, seja como for, se a manutenção da relação chega a um nível insuportável, é melhor mesmo a separação, mas que esta aconteça de forma amigável, pois ex-cônjuges não é sinônimo de novos inimigos. Ademais, pode ser (e em muitos casos acontece) que as partes pensam friamente depois de um tempo e decidem reatar o relacionamento. Certo mesmo é que ninguém é culpado sozinho, a razão não está apenas de um lado, e principalmente ESTAR COM A RAZÃO NÃO É SINÔNIMO DE SER FELIZ...
Autor: Claudio Sena
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