Curiosidades.
A Reforma Protestante
foi importante para o cristianismo porque chamou a atenção para verdades
(doutrinas) e práticas bíblicas que haviam sido esquecidas ou
distorcidas pela Igreja Medieval. Não foi um movimento inovador, mas
restaurador das convicções e ênfases do cristianismo original. Algumas
de suas principais contribuições foram: retorno às Escrituras; a
centralidade de Cristo; a salvação vista como dádiva da graça de Deus, a
ser recebida por meio da fé; a Igreja não é a instituição ou a
hierarquia, mas o povo de Deus – cada cristão é um sacerdote.
2. A Reforma foi um movimento exclusivamente religioso?
Embora tenha sido um
movimento predominantemente religioso, a Reforma teve importantes
ligações com as realidades econômicas, políticas e sociais do século 16.
Na área econômica, contribuíram para a Reforma fenômenos como o fim do
feudalismo, o desenvolvimento do capitalismo e a crescente urbanização.
Ao contrário da mentalidade católica medieval, os protestantes tinham
uma visão positiva do trabalho, do lucro e das ocupações “seculares”.
Suas concepções acerca da pobreza também eram diferentes. Por outro
lado, a Reforma foi um protesto contra a opulência da Igreja Majoritária
e suas contínuas interferências na economia das nações européias
(através de inúmeros impostos eclesiásticos e outros meios).
3. Qual a posição de Lutero quanto ao livre arbítrio?
Lutero negou o livre
arbítrio no que diz respeito à salvação – o ser humano, escravizado pelo
pecado, não pode por si mesmo buscar a Deus. Todavia, o livre arbítrio
permanece intacto em relação a outras questões, como as decisões comuns e
as responsabilidades da vida cotidiana.
4. Por que existem tantas igrejas protestantes?
Lutero defendeu
firmemente a sacerdócio universal dos fiéis, mas essa não é a principal
razão da existência de muitas igrejas evangélicas. A razão maior está no
princípio do “livre exame”, ou seja, o direito de todo cristão de
estudar por si mesmo as Escrituras, não ficando preso à autoridade da
Igreja ou a uma interpretação “oficial” da Bíblia.
5. Há necessidade de uma nova Reforma?
Existem muitas igrejas ditas “protestantes” ou “evangélicas” que, por terem se afastado dos princípios básicos propostos pelos reformadores, realmente necessitam de uma nova Reforma.
6. Como a Reforma contribuiu para o pensamento moderno?
A Reforma contribuiu
para o pensamento moderno de muitas maneiras. Seu questionamento do
autoritarismo religioso medieval, sua ênfase à participação responsável
dos fiéis na vida e na direção das igrejas, seu estilo participativo de
liderança, sua valorização do trabalho e de toda e qualquer ocupação
honesta contribuíram para o fortalecimento de noções como liberdade,
democracia e solidariedade social. Os diferentes reformadores e seus
seguidores deram importantes contribuições nas áreas da teologia,
filosofia, política, sociologia e ética.
7. Que dizer da imagem negativa de Lutero?
Felizmente, essa imagem
negativa de Lutero está em declínio. Atualmente, mesmo historiadores
católicos têm tido uma visão mais construtiva e equilibrada do
pensamento e da obra do reformador.
8. É correta a interpretação de Marx e Engels de que a Reforma foi motivada por fatores sociais e econômicos?
Essa visão de Marx e
Engels é parcial e inadequada. Lutero foi movido acima de tudo por sua
intensa experiência religiosa. Ele havia se tornado um monge por
preocupar-se com a sua salvação; porém, a sua vida monástica só fez
aumentar a sua insegurança espiritual. Foi então que descobriu nas
epístolas paulinas o ensino acerca da justificação pela fé. Essa
experiência libertadora, que trouxe paz ao seu coração, e as convicções
dela resultantes, foram o fundamento da sua obra como reformador.
9. Lutero era aliado das elites?
Lutero era inteiramente
popular, como demonstram fartamente os seus escritos. Ele era um homem
do povo, falava a linguagem do povo, por vezes bastante áspera, e só
ocasionalmente envolveu-se com os nobres, por força das circunstâncias
políticas da época.
10. É verdade que o reformador Lutero gostava de uma boa cerveja?
Lutero realmente gostava de comer e beber, por entender que essas eram dádivas de Deus aos seus filhos.
11. Por que a Reforma teve diferentes manifestações?
A Reforma teve
características distintas em outras partes da Europa por vários motivos:
as personalidades e ênfases dos outros reformadores, as peculiaridades
culturais das outras nações e as realidades políticas dessas nações. Por
exemplo, na Inglaterra a Reforma só implantou-se graças à interferência
decisiva de vários monarcas, como Henrique VIII, Eduardo VI e, em
especial, Elizabete I. Querendo agradar os seus súditos protestantes e
católicos, ela criou o anglicanismo, uma síntese de elementos dessas
duas tradições religiosas.
Fonte: Instituto mackenzie
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