Introdução:
Pneumagiologia – é procedente de três termos gregos: pneuma (espírito), e logia (estudo, ciência). Esta definição é mais precisa do que “Pneumatologia” (literalmente, estudo do espírito) que se refere ao estudo teológico de fatos relacionados ao espírito de modo geral, sejam anjos ou a parte imaterial do homem.
É necessário conhecer o que a Bíblia ensina sobre o Espírito Santo. A falta de conhecimento desta doutrina tem causado grande prejuízo espiritual na vida de muitos. Jesus disse: “Errais, não conhecendo as escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22: 29).
Convido você a conhecer um pouco acerca do Espírito Santo:
I. A natureza do Espírito Santo
Saber o que ou quem é o Espírito Santo é de fundamental importância para a vida do cristão, pois este entendimento tem a ver com o tipo de relacionamento que deve haver entre o crente e o Espírito Santo.
Estudaremos o assunto, começando com a sua divindade, personalidade e suas qualidades essenciais.
1. A Divindade do Espírito Santo
O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são:
1.1) O Espírito Santo é chamado Deus e Senhor (At 5: 3, 4; 2 Co 3: 18).
Quando Isaias viu a glória de Deus (Cf. Is. 6: 1-3), escreveu: “ouvi a voz do Senhor,... vai e diz a este povo” (Is 6: 8,9). O apóstolo Paulo citou esta mesma palavra e disse: “Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaias dizendo: Vai a este povo” (Cf. At 28: 25,26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus.
1.2) O Espírito Santo faz parte da trindade santa.
Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Cf. Mc 1: 9-11; Mt 28: 19; 2 Co 13: 13).
A Bíblia afirma que há “um só Espírito”, “um só Senhor” e “um só Deus e Pai de todos” (Ef 4: 4, 5, 6).
O Espírito Santo é chamado “Espírito de Deus” (Rm 8:9); “Espírito do Pai” (Mc 10: 20); “O Espírito de Cristo ou Jesus” (At 16: 7; Rm 8: 9; 1 Pe 1: 11), indicando assim que Ele os representa e também age por Eles; quando o Espírito Santo opera, Cristo está presente (Jo 14: 18).
1.3) Ao Espírito Santo são atribuídas obras exclusivas da divindade.
Ele tomou parte ativa na criação em geral (Cf. Sl 104: 30), na restauração do mundo após o caos (Cf. Gn 1: 2) e na criação especial do homem (cf. Jó 33: 4).
Ele é o inspirador das Sagradas Escrituras (Cf. 1 Pe 1: 35; 1 Co 12: 11).
1.4) Ao Espírito Santo são atribuídas as características essenciais da divindade
Ele é eterno (Cf. Hb 9: 14), onisciente (Cf. 1 Co 2: 10, 11), onipresente (Cf. Sl 139: 7-10) e onipotente (Cf Lc 1: 35; 1 Co 12: 11).
2. A personalidade do Espírito Santo.
Por pessoa queremos dizer um ser que tem inteligência, pelo que é capaz de conhecer a sim mesmo; autodeterminação, por isto que determina os seus próprios objetivos e os executa; consciência moral, isto é, sabe da existência do bem e do mal e do seu dever de evitar este e praticar aquele.
O Espírito Santo é um ser pessoal, e não mera influência ou poder impessoal. E por ser assim, o Espírito Santo requer de nós um relacionamento com Ele como de entre pessoas e não entre pessoa e coisa.
2.1) Ele tem propriedade de uma pessoa.
Ele possui inteligência (1 Co 2: 10-12), consciência de si mesmo e da existência de outros seres (Jo 16: 13, 14), deliberação própria (1 Co 12: 11), ciência do bem e do mal (Gl 5: 16, 17; Rm 8: 13), tem emoções (Ef 4: 30).
Estas qualidades são próprias de seres dotados de personalidade, e não de coisas ou meras energias, como o ar, o fogo, o vento, a luz.
2.2) Ele é designado como paracleto (do gr. Parákletos).
O nome paracleto, dado ao Espírito Santo, significa ajudador, advogado, consolador; indica, portanto, função própria de uma pessoa (Jô 14: 26; 1 Jo 2: 1). Além disto, Ele é “outro paracleto”, que veio para ocupar o lugar de Jesus na terra e continuar a obra da redenção. Este “outro” indica que é da mesma natureza do primeiro, Jesus (Jo 14: 16-18).
2.3) A Bíblia usa pronome pessoal ao Espírito Santo.
“Quando Ele vier...” (Cf. Jo 16: 8,13; 14; 26).
2.4) A Bíblia atribui ao Espírito Santo atividades pessoais.
“Ele vos ensinará todas as coisa e vos fará lembrar” (Jo 14: 16);
“O Espírito penetra todas as coisas” (1 Co 2: 10);
“O Espírito diz as igrejas” (Ap 2: 7; 3: 6); e fala com o crente (At 13:2);
“O Espírito Santo convence” (Jo 16: 8-11);
“O Espírito Santo intercede” (Rm 8: 26);
“O Espírito Santo dirigi os missionários na obra” (At 16: 6, 7);
“O Espírito Santo constitui pastores nas igrejas” (At 20: 28);
“O Espírito Santo distribui dons” (1 Co 12: 7-11).
Se o Espírito Santo não fosse uma pessoa, não poderia fazer nenhuma destas coisas.
2.5) A Bíblia descreve atitudes de homens para com o Espírito Santo; Ele tem sentimentos.
a) Alguém pode mentir ao Espírito (At 5: 3, 4), mesmo que Ele sabe que seja mentira, o homem, pode falar verdades como mentiras a Deus.
b) O Espírito Santo pode ser ultrajado – isto é insultado, ofendido (Hb 10: 29).
c) Alguém pode blasfemar contra o Espírito Santo (Mt 12: 31, 32).
d) Alguém pode entristecer o Espírito Santo (Ef 4: 30).
O Espírito Santo não poderia ser afetado por estas coisas se não fosse uma pessoa.
3. O Espírito Santo através dos seus nomes.
A Bíblia registra vários nomes do Espírito Santo, os quais expressam algumas das diferentes características que Ele possui. Por meio desses nomes, podemos penetrar no conhecimento sobre a sua natureza e também compreender algo da obra que Ele quer fazer em nós e por nós.
3.1) Nomes que expressam a natureza do Espírito Santo.
3.1.1) Espírito Santo (Cf. Ef 1: 13).
Assim como o Pai é santo (1 Pe 1: 16) e o Filho é Santo (At 2: 27), também o Espírito o é (Rm 1: 4; 2 Ts 2: 13).
3.1.2) Espírito da verdade (Jo 16: 13).
Assim como o Pai é a verdade (Jr 10: 10) e Jesus é a verdade (Jo 14: 6), também o Espírito Santo o é (Cf. 1 Jo 5:6).
3.1.3) Espírito de amor (2 Tm 1: 7)
Assim como Deus é amor (1Jo 4: 8) e Jesus é amor (Ef 3: 19; Jo 15: 13), também o Espírito Santo o é (Rm 15: 30). Ele transmite o amor de Deus aos nossos corações (Rm 5: 5).
3.1.4) Espírito de poder (1 Tm 1: 7).
“O poder pertence a Deus” (Sl 62: 11). Por meio de Cristo esse poder está ao alcance dos que crêem (Cf. 1 Co 1: 24).
Por meio do Espírito Santo esse poder nos é dado (Cf At 1: 8), e ficamos em contato com aquele que diz: “Eu sou o Senhor que faço todas as coisas”.
(Is 44: 24), e para quem “nada é impossível” (Lc 1: 37).
3.1.5) Espírito Santo de sabedoria e de revelação (Ef 1: 17).
A onisciência do Espírito Santo (Cf. 1 Co 2: 10, 11) é também manifestada através do seu nome.
Ele nos une a Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cf. Cl 2:2-3).
Jesus foi feito sabedoria por nós (Cf. 1 Co 1: 30), e pelo Espírito Santo nos é dado conhecer até as profundezas de Deus (Cf. 1 Co 2: 10-12).
3.2) Nomes que expressam a obra do Espírito Santo.
3.2.1) Espírito da graça (Hb 10: 29; Zc 12: 10).
O Espírito apresenta Jesus Cristo como crucificado (Gl 6: 14), Glorificando-o (Jo 16: 14) e testificando da sua graça (Hb 10: 14, 15; Rm 3: 24; Tt 3: 5-7).
3.2.2) Espírito da vida (Rm 8: 2).
Quando o Espírito Santo nos leva a Cristo e a sua graça, então o homem experimenta o grande milagre da sua vida: nasce de novo pelo Espírito (Jo 3: 6) e poderá agora reinar em vida, por Jesus Cristo (Rm 5: 17).
3.2.3) Espírito de adoção de filhos (Rm 8: 15).
Quando o pecador recebe a Jesus e nasce de novo (Jo 1: 11-13), recebe pelo Espírito Santo o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clama “Aba, Pai” (Rm 8: 15;
Gl 4: 6).
3.2.4) Espírito de súplicas (Zc 12: 10).
O Espírito Santo purifica maravilhosamente as nossas orações. Ele tanto ora em nós (Rm 8: 26, 27), como também é à força da nossa oração. Podemos, assim, orar em espírito (1 Co 14: 15; Jd 20).
3.2.5) Espírito Santo o consolador (Jo 14: 26; 15: 26; 16:7).
Esse nome expressa que o Espírito Santo transmite aos homens a consolação da parte de Deus, “O Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação” (2 Co 1:3).
3.2.6) Espírito Santo da promessa (E 1: 13; At 1: 4,5).
Esse nome traz aos nossos corações a certeza de que tudo que o Espírito Santo realiza é oferecido a todos (At 2: 39).
II. Símbolos do Espírito Santo.
Atente para os vários símbolos do Espírito Santo que representam a sua divina ação através dos vários ministérios que exerce em favor do povo de Deus. Estudemos com cuidado, atentando bem para as referências bíblicas nas quais está fundamentada esta doutrina.
1) Fogo → o fogo, como símbolos do Espírito Santo, fala de sua grande força em relação às diversas maneiras de sua operação para corrigir, punir e conduzir-nos a perfeição que deve adornar os filhos de Deus (Lc 3: 16; 1 Co 3: 13-15).
2) Vento → Jesus falou do vento como símbolo do Espírito. O vento é invisível, porém é real. Não o podemos tocar, nem compreender, mas o sentimos (Jo 3: 8). A sua ação independe de determinação humana, como também a do Espírito Santo (At 2: 2).
3) Água, Rio, Chuva → O Espírito Santo é representado em seu estado eterno como o “Rio da vida” que sai debaixo do trono de Deus e do cordeiro, a vida da cidade celestial. Nesta existência Ele é o rio da vida para as almas sedentas, espiritualmente.
Pelo fato de descer do céu, se dá o Espírito Santo o símbolo de “chuva e orvalho”, (Sl 72: 6; 133: 3 Os 6: 3; Dt 28: 11, 12).
4) Óleo, Azeite → Nas Escrituras, o óleo aparece como símbolo do Espírito Santo (Zc 4: 2-6). Era usado nas solenidades de unção e consagração de Profetas, Sacerdotes e Reis (Ex 30: 30; Lv 8: 12; 1 Sm 10: 1; 16: 13). O óleo é considerado o símbolo do Espírito Santo porque era usado nos ritualismos do AT., de modo correspondente com a operação real do Espírito Santo na vida do crente na atual dispensação.
5) Selo → O Selo é prova de propriedade. Especialmente em épocas passadas, a impressão de um selo indicava a resolução do proprietário do selo como sinal de que alguma coisa lhe pertencia. Os crentes são propriedades de Deus, e habitação do Espírito Santo, neles é a prova desta possessão divina (Rm 8: 9; Ef 1: 13; 2 Tm 2: 19).
6) A Pomba → O Espírito Santo desceu sobre Jesus, em forma corpórea de uma pomba, como símbolo da pureza e da inocência de Cristo (Mt 3: 16, 17).
III. A obra do Espírito Santo na vida cristã.
Isto é, o Espírito Santo operando na vida do crente, o Espírito Santo tem uma tarefa importante na vida do cristão. Vejamos:
1) No início da vida cristã.
É o Espírito Santo que aplica na vida do indivíduo a salvação e conduz o crente até alcançar a estatura completa de Cristo. Nesta Obra do Espírito Santo podemos destacar vários aspectos.
1.1. Convicção
Convicção é convencimento intelectual. O Espírito Santo atua no mundo, mediante a palavra de Deus, e dá convicção quanto às realidades espirituais proclamadas no evangelho de Cristo, especialmente no tocante ao pecado e à justiça divina (Jo 16: 8-11). Significa que o Espírito coloca a verdade diante da pessoa e atua no seu entendimento, iluminando-o, para entender a verdade e reconhecer que ela tem implicações vitais para a sua vida. Ele trabalha não só com o pecador para que seja salvo, mas o Espírito Santo coloca também a verdade diante do cristão para que ele cresça (2 Tm 3: 16, 17).
1.2. Regeneração.
O Espírito Santo dá vida espiritual ao crente e o santifica, unindo-o a Cristo (Jo 3: 6; Ef 2: 1; 1 Co 6: 11; Tt 3: 5). Neste ato regenerador, o crente é transformado moral e espiritualmente, e é colocado no corpo de Cristo, a igreja, em sentido universal (1 Co 12: 13; 1 Pe 2: 4, 5).
1.3. Habitação no crente
O Espírito Santo vem para o crente regenerado e habita nele (Jo 14: 16,17; 1 Co 6: 19; Rm 8:9).
Antes do derramamento do Espírito Santo, Ele já atuava nos servos de Deus capacitando-os para o desempenho de certas tarefas especiais (Gn 41: 38; Ex 31: 3; Nm 11: 17, 25; Jz 13: 25), podemos ser algo temporário e provisório (1 Sm 16: 14; Sl 51: 11).
No Novo Testamento, em nenhum momento aquele que foi regenerado fica sem o Espírito Santo (Jo 14: 16, 17; Rm 8: 9; Ef 1: 13; 1 Co 6: 19; Rm 5: 5).
1.4. Selo do Espírito.
O Espírito Santo sela os regenerados no momento quando ele é unido a Cristo (Ef 1: 13; Ef 4: 30; 2 Co 1: 22). O Selo indica que aquele indivíduo pertence a Deus – é por causa desta realidade que o crente é exortado a desenvolver a sua vida de santidade (Cl 3: 1-10).
IV. O batismo com o Espírito Santo.
No novo testamento notamos que o Espírito Santo procede do Pai (Jo 15: 26) e do Filho (Jo 16: 27). Jesus batiza ou imerge o crente no Espírito Santo, (Mt 3: 11). Portanto, o Espírito Santo tornou-se o elemento no qual o crente é emergido nEle.
Sendo Ele o Espírito de vida (Rm 8: 11) que se faz sentir em todo o universo, tão grande é o nosso privilégio de sermos imersos nEle, na ocasião em que recebemos o Batismo no Espírito Santo.
1) O batismo com o Espírito Santo é a promessa do Pai.
Jesus comunicou aos seus discípulos, antes da sua morte, que receberiam poder, que o Pai havia de enviar (At 1: 4,5; Lc 24: 49).
Essa benção prometida distingue-se da experiência da salvação. Todas as vezes que a bíblia fala sobre o recebimento dessa benção, menciona que os que a receberam eram crentes. Vemos as cinco referências nos Atos:
a) Atos 2: 1- 4 → Todos os discípulos que estavam no cenáculo eram crentes.
b) Atos 8: 14, 17 → Os que foram batizados no Espírito Santo eram novos crentes que acabavam de ser batizados nas águas.
c) Atos 9: 17 → Saulo era novo crente, quando recebeu o batismo com o Espírito Santo.
d) Atos 10: 43-46 → Os que na casa de Cornélio foram batizados no Espírito Santo eram novos na fé (At 15: 9), cujos corações haviam sido purificados.
e) Atos 19: 1- 6 → O que em Éfeso foram batizados no Espírito Santo eram crentes que antes não conheciam nem a doutrina sobre o batismo nas águas (só o batismo de João) nem sobre o Espírito Santo (batismo no Espírito Santo). Logo depois de terem sido batizados nas águas, Jesus os batizou com o Espírito Santo. Vemos assim, que o batismo no Espírito Santo não é uma coisa que automaticamente acompanha a salvação, nem algo que necessariamente acompanha o batismo nas águas (Cf. Atos 8; 16; 19: 5,6; 2: 38), mas uma benção distinta que Deus oferece aos crentes.
2) A evidência do batismo com o Espírito Santo.
Antes do pentecostes, o Espírito Santo já havia descido sobre alguns:
v João Batista (Lc 1: 17);
v Isabel (Lc 1: 41);
v Zacarias (Lc 1: 67);
v Simeão (Lc 2: 25), etc.
Porém, em nenhum momento é mencionada uma manifestação especial ligada à experiência.
No dia de pentecostes, a descida do Espírito Santo foi acompanhada de um sinal externo (vejamos At 2: 4; 2: 8), Jesus já havia prometido (Mc 16: 17). A mesma evidência continuou a acompanhar todos os que recebiam o batismo no Espírito Santo. Podemos verificar isso observando as referências em atos:
a) Atos 2: 4 → Todos falaram línguas.
b) Atos 8: 17 → Todos recebiam o sinal, pois Simão viu que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo (At 8: 18).
c) Atos 9: 17 → Paulo disse: “Falo mais línguas do que vós todos” (1 Co 14: 18).
d) Atos 10: 45, 46 → Todos falaram em línguas na casa de Cornélio.
e) Atos 19: 6 → Todos falaram em línguas.
O falar em novas línguas não é somente uma evidência, é também uma grande benção (1Co 14: 4), Pois, o que fala em línguas estranhas não fala aos homens, senão a Deus (1Co 14: 2).
As novas línguas constituem uma linha direta com Deus! Além disso, é uma força extraordinária para a vida de oração (1 Co 14: 14, 15), isto é, orar em Espírito.
Devemos observar o ensino bíblico de que falar línguas não é falar aos homens, senão a Deus (Cf. 1 Co 14: 2). Porém se houver interpretação a igreja é edificada (Cf. 1 Co 14: 5, 27).
3) A finalidade do batismo com o Espírito Santo.
A finalidade principal do batismo no Espírito Santo é o relacionamento de poder (Lc 24: 49; At 1: 8). O batismo no Espírito Santo solucionou problemas que surgiram na vida dos apóstolos com a morte de Jesus:
a) O medo que se havia apoderado deles, a ponto de evitarem o público e ficarem atrás das portas fechadas (Cf. Jo 20: 19, 26). Desapareceu.
b) A fraqueza que se apoderara deles também desapareceu (Cf. At 4: 16-21, 33; 5: 29-33, 41, 42).
c) A inatividade em que se achavam, desde a morte de Jesus, acabou. O Espírito Santo os impulsionou de modo irresistível a evangelizar (Cf. At 4: 33; 5: 42).
V. Os dons do Espírito Santo.
Os Dons espirituais são dotações sobrenaturais do Espírito Santo sobre o crente, capacitando-o para glorificar a Cristo e realizar a obra de Deus (1 Co 12: 11).
1) Generalidades sobre os dons espirituais.
Iremos analisar de forma geral as manifestações dos dons do Espírito Santo.
1.1. Termos bíblicos designadores dos dons.
Abordaremos apenas os principais:
a) Dons Espirituais → Isto se refere às manifestações sobrenaturais da parte do Espírito Santo por meio dos dons (1 Co 12: 7; 14:1).
b) Dons da Graça → Falam da graça subseqüente de Deus em todos os tempos e aspectos da salvação (1 Co 12: 4; Rm 12: 6).
c) Ministérios → Correspondem aos dons de serviços ou ministérios práticos. São ministrações sobrenaturais do Espírito através dos membros da igreja como um corpo (1 Co 12: 5, 12 – 27).
d) Operações → Esses dons são operações diretas do poder de Deus para a realização de seus propósitos (1 Co 12: 9, 10).
e) Manifestação → Embora sejam sobrenaturais, o sentido do termo original aqui, sugere que os dons operam na esfera do natural, do sensível, do visível.
1.2. Classificação dos dons espirituais.
Os dons espirituais podem ser classificados como:
a) As manifestações do Espírito → conforme 1 Coríntios 12: 8 – 10 São nove dons pelo Espírito Santo. Esses dons são capacitações sobrenaturais a pessoas para a edificação do corpo de Cristo e para seus membros individualmente (1 Co 12: 3 – 5, 12, 17, 26; 12: 14).
1.3. Resultados dos dons (1 Co 12: 7).
a) A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16: 14).
b) A confirmação da palavra de Deus (Mc 16: 17 – 20; Hb 2: 3, 4).
c) O crescimento em quantidade e qualidade da obra de Deus (At 6: 7; 19: 20; 9: 31; Rm 15: 19).
d) A edificação espiritual da igreja (1 Co 12: 12 – 27).
e) O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4: 11, 12).
2) Explanação e classificação dos dons.
1. Dons espirituais de manifestação do Espírito.
Estão classificados em:
A. Dons que manifestam o saber de Deus (ou dons de revelação).
A.a) A palavra da sabedoria (1 Co 12: 8) → É um dom de manifestação da sabedoria sobrenatural pelo Espírito Santo, necessário ao pastoreio, na administração e liderança.
A.b) A palavra da ciência (1 Co 12: 8) → é um dom de manifestação de conhecimento pelo Espírito Santo; de fatos, causas, ensinamentos, etc.
A.c) Discernir os espíritos (1 Co 12: 10) → É um dom de conhecimento e revelação sobrenaturais pelo Espírito Santo, para não sermos enganados por satanás, demônios e homens (1 Tm 4: 1; 4: 2).
B. Dons que manifestam o poder de Deus.
B.a) Fé (1 Co 12: 9) → É um dom de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo, a fim de que a igreja supere os obstáculos, sejam quais forem (1 Jo 5: 4).
B.b) Dons de curar (1 Co 12: 9) → São dons de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo para curar das doenças do corpo, da alma e do espírito, dos crentes quanto dos incrédulos.
B.c) Operação de maravilhas (1 Co 12: 10) → São operações de milagres extraordinários e espantosos pelo poder de Deus, para despertar e convencer os incrédulos.
C. Dons que manifestam a mensagem de Deus – Dons de elocução → Constituídos da profecia, línguas estranhas e interpretação das línguas os quais abordaremos na ordem.
C.a) Profecia (1 Co 12: 10) → É um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1 Co 14:3).
C.b) Variedade de línguas (1 Co 12: 10) → É um dom de expressão plural. É um milagre lingüístico sobrenatural. Nem todos os crentes batizados com o Espírito Santo recebem este dom (1 Co 12: 30).
C.c) Interpretação das línguas (1 Co 12: 10) → É um dom de manifestação de mensagem verbal também, pelo Espírito Santo. Não se trata de tradução de línguas, mas de interpretação de línguas (1 Co 14: 13).
Observação:
a) A variedade de línguas deve ser seguida de interpretação (1 Co 14: 13 - 26).
b) Se não houver interprete, se calar e falar consigo mesmo e com Deus (1 Co 14: 28).
c) Estão sujeitas à limitação (1 Co 14: 27,28).
3) Dons Espirituais de ministérios práticos (Rm 12: 6-8; 1 Co 12; 28-30).
São administrações de serviços práticos que, pela sua natureza, residem no portador.
a) Ministério (Rm 12: 7) → É servir capacitado sobrenaturalmente pelo Espírito Santo. Ministração, prestar serviço material e espiritual sem esperar reconhecimento ou remuneração.
b) Ensinar (Rm 12: 7) → É um dom espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a entender não confundir com o ministério de ensino de Efésios 4: 11 e atos 13: 1.
c) Exortar (Rm 12: 8) → Exortar aqui, é como dom: ajudar, assistir, encorajar, animar, consolar, unir pessoas separadas, admoestar.
d) Repartir (Rm 12: 8) → O sentido é doar generosamente, oferecer; distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo Espírito. Este dom ocupa-se de benevolência, beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.
e) Presidir (Rm 12: 8) → É conduzir, dirigir, organizar, liderar, orientar com segurança, conhecimento e discernimento espiritual.
f) Exercitar misericórdia (Rm 12: 8) → Este dom refere-se à assistência aos sofredores, necessitados, carentes; fracos, enfermos, presos, visitação, compaixão.
g) Socorros (1 Co 12: 28) → Literalmente “achegar-se para socorrer”. É o caso de enfermos, exaustos, famintos, órfãos, viúvas, etc.
h) Governos (1 Co 12: 28) → é um dom plural no seu exercício. É dirigir, guiar e conduzir com segurança e destreza. O termo original sugere pilotar uma embarcação com segurança, destreza e responsabilidade.
4) Dons espirituais na área do ministério
→ Esses dons são enumerados em Efésios 4: 11 e 1 Co 12: 28,29.
5) Responsabilidade quanto aos dons.
a) Conhecer os dons (1 Co 12: 1).
b) Buscar os dons (1 co 12: 31).
c) Zelar pelos dons (1Co 14; 1).
d) Ser abundantes nos dons (1 Co 14: 12).
e) Ter autodisciplina nos dons (1 Co 14: 32)
f) Ter decência e ordem no exercício dos dons (1 Co 14: 20).
Conclusão:
→ Poder, sinais, curas, libertação e maravilhas devem caracterizar um genuíno avivamento pleno de renovação espiritual. No entanto, deve ser livre de escândalos e da ordem que a palavra de Deus preceitua (1 Co 14: 26-40).
Elaborado por:Presb. Agapto Macário
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